Entrevista com General Pafiadache, que coordena as ações de defesa das Forças Armadas na Copa

Aos 61 anos, o general de divisão combatente Manoel Luiz Narvaz Pafiadache recebeu uma missão e tanto durante esta Copa do Mundo. O  comandante da 6ª Divisão de Exército, com sede em Porto Alegre, é o coordenador de defesa de área da Copa em Porto Alegre:

_ Tenho a missão de conduzir todas as ações de defesa previstas para as Forças Armadas, bem como apoiar a segurança pública no que for possível.

Nascido em Quaraí, o general Pafiadache tem forte ligação com Santa Maria. Na cidade, em 1976, foi declarado aspirante a oficial da arma de infantaria e classificado no 7º Batalhão de Infantaria Blindado (7º BIB). Também foi instrutor-chefe do Núcleo de Preparação de Oficiais da Reserva no 7º BIB.

_ Morei nove anos em Santa Maria. A minha mãe mora aí. A família da minha esposa é daí, duas das minhas três filhas são santa-marienses e tenho muitos amigos na cidade _ conta o general.

Diário de Santa Maria - Quais são as atribuições das Forças Armadas nesta operação de segurança montada para a Copa do Mundo em Porto Alegre ?
General Manoel Luiz Narvaz Pafiadache - Na Copa do Mundo Fifa 2014, as Forças Armadas atuam nas 12 sedes do Mundial, conduzindo as seguintes ações de defesa: a) Cooperação nas fronteiras; b) Defesa aeroespacial e controle do espaço aéreo; c) Defesa marítima e fluvial; d) Força de contingência; e) Defesa química, biológica, radiológica e nuclear; f) Emprego de helicópteros; g) Segurança e defesa cibernética; h) Proteção de estruturas estratégicas; i) Prevenção e combate ao terrorismo; e J) Fiscalização de explosivos.

Diário - Como estão estruturadas as operações conjuntas de defesa de área na Capital?
General Pafiadache - De acordo com o estabelecido para a governança da Copa, o comando geral das ações de segurança e de defesa em cada sede, com poder decisório para essas questões, está sendo desempenhado por um Comitê Executivo de Segurança Integrada Regional (Cesir), composto pelo oficial-general, coordenador de defesa de área (CDA), pelo superintendente da Polícia Federal do Estado, pelo secretário de Segurança Pública e por um representante da prefeitura da sede dos jogos. Cabe a esse comitê garantir que o trabalho efetuado pelos diferentes setores do poder público na área de segurança aconteça de maneira integrada durante a Copa. Na sede de Porto Alegre, integram esse comitê este oficial-general (Manoel Pafiadache), o delegado da Polícia Federal Sandro Caron, o secretário de Segurança Pública do Rio Grande do Sul, senhor Airton Michels, e o coronel da Brigada Militar R1 Airton Costa, representando a prefeitura de Porto Alegre.

Diário - Quantos militares estão envolvidos? E quantos de Santa Maria?
General Pafiadache - Cerca de 3,5 mil militares estão envolvidos na Copa do Mundo, sede Porto Alegre (incluídos nesse efetivo o Estado-Maior Conjunto, tropas do Exército, da Marinha e da Força Aérea). Da Base Aérea de Santa Maria, temos a presença de uma tripulação (seis militares) de um helicóptero UH-60 Black Hawk. Esses seis militares (quatro oficiais dois graduados) são oriundos do 5° Esquadrão do 8° Grupo da Base Aérea de Santa Maria. Cabe salientar que, além de Porto Alegre e Santa Maria, há a presença de militares de diversas cidades do Estado: São Leopoldo, Sapucaia do Sul, Santiago, São Borja, Alegrete, Uruguaiana, Quaraí, Bagé, Santana do Livramento, Jaguarão, Santa Cruz do Sul, São Gabriel, Pelotas, Rio Grande e Bento Gonçalves.

Diário - Por que não foram recrutados militares do Exército das unidades de Santa Maria?
General Pafiadache - Para a Copa do Mundo, com o envolvimento da 6ª Brigada de Infantaria Blindada na Operação São Francisco 2 (nas favelas do Complexo da Maré), no Rio de Janeiro, não foi possível recrutar efetivos de Santa Maria. 

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